Crítica aos media

A - RTPi - UM CASO CLÍNICO
- Os programas de humor
- A informação

B - OUTROS MEDIA
- Nova investida dos especuladores contra a democracia na Europa
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A- RTPi, UM CASO CLÍNICO

Nota atualizadora: ao criticar a RTP - a que no Brasil já não se acede, ali só está disponível a SIC, não por acaso, ela é a estação mais ligada à "nova ordem mundial" que a impinge aos falantes de Português - afinal o setor da comunicação é o que procuram dominar  em primeiro lugar.

Sobre a SIC, ela é ainda mais repugnante que a RTP. Duma superficialidade confrangedora, tipo feira de província, uma espécie de "bingo" de ofertas comerciais e jogos de fortuma e azar que os locutores-entertainers constantemente publicitam. Ainda por cima com uma sistemática repetição dos mesmos separadores e sketches mês após mês, ano após ano. Aflitivo.

O seu setor político é o que mais habilidade tem para manipular ao serviço da destruição do país, usando truques como o de parecer que faculta opiniões diferentes quando no essencial faz propaganda dos interesses UE e da "nova ordem".

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Ver Portugal a partir do estrangeiro como várias vezes tive oportunidade de fazer, permite algo que não está ao alcance da generalidade dos residentes: acompanhar a RTP Internacional.

Posso dizer que, salvo exceções como "Linha da Frente", "Grande reportagem", "Portugueses pelo Mundo", o musical "NMSC" e mais umas quantas séries (que visitarei em breve), a maioria da programação é confrangedora. E mesmo alguma qualidade televisiva nestes, não impede que sejam desonestas e altamente manipuladores nos conteúdos e propósitos, como aqueles árbitros que apitam mal não porque não saibam - eles sabem-na toda - simplesmente para torcer o resultado do jogo. 

OS PROGRAMAS DE HUMOR 
Casino hotel"Odisseia" será um programa de humor?  Os autores devem ter-se enganado, aquilo tinha vocação mais para terror do que para humor.

Dicções intragáveis na maioria, tom sombrio e psicadélico, sugestões homossexuais a despropósito disfarçadas de humor, frases e cenas a puxar para o violento, não menos gratuitas. Um guião sem nexo ou vislumbre de graça, terminando num suicídio. Metáfora do próprio programa, espera-se, a bem do que resta de sanidade mental neste País.

Na ficha técnica , o diretor de conteúdos, Luis Marinho (link), é já pós-governo Passos & Portas. Duma "competência" que promete, como se vê pela imagem junta...

Os outros programas de humor, igualmente perplexizantes. O discurso non-sense resulta apenas patético.

Eis um exemplo do "Casino Hotel", extensivo a "Compadres" ou ao "Anticrise", dum nível semelhante: um dono de hotel tendo uns ingleses ao balcão a pedir check out, responde-lhes: "check-up? Saiam, virem à direita e entrem no hospital"... Ora, num país turístico, que recebe milhões de estrangeiros, nem o porteiro do hotel faria uma figura tão ignorante...

Este exemplo disfuncional de não colagem à realidade, é aleatório, mas percorrre todo o programa.

Comparativamente, um Herman requentado bancando o crítico é um super-humorista. Pelo menos tem dicção, presença e discurso articulado, mesmo com mensagens como aquela de que as manifestações não servem para nada.  Pois, com a CGTP e seus "comunistas-comodistas" ou, alternativamente, a malta da night no comando, Herman lá vai podendo dizer destas, todo contente. Mas dê um tempo... em breve é capaz de ter que atualizar o discurso, "pá"...

No geral, esta RTP perdeu o sentido de humor e passa um atestado de BURRICE aos portugueses.  

OS CONCURSOS
O Preço Certo
No "Preço certo", um Fernando Mendes que carrega a tradição do bom velho teatro de revista à portuguesa, carece de alguém que lhe controle o desbragamento. Ele inventa bonés ridículos, despe o casaco exibindo o forro e o mais que calhe.  Talvez  no espetáculo (em decadência, infelizmente) da nossa revista funcione. Na TV é apenas ridículo.

Os concorrentes, quase desabam pela escada, deslumbrados pelos minutos de fama e pelos eletrodomésticos. Eles atafulham tudo com prendinhas banais, embrulhos e agradecimentos à Junta. Seria difícil preparar a cena e dar um ar mais clean àquilo?

Ou, se é para ser terceiromundista mesmo, sugere-se emitirem de Alguidares de Baixo... mais coerente e contribuia para repovar o interior.

Ser popular não exclui elevação.  É nisso que a televisão pública tem que educar, moldar. Ou não se justifica.

"Decisão Final" é uma versão mais soft duma coisa anterior chamada Elo mais fraco, cujo objetivo era taxar de BURROS (!) os jogadores. Este cumpre idêntico papel, atirando-os para um buraco. O apresentador Carlos Malato é dos que não se enxergam, ele arrasta conversas chatas e demasiado pessoais, achando que "dá uma" de afetuoso, mas a imagem  é mais a de rei do pedaço.

NotaE não é que o homem não se enxerga, mesmo? Numa outra coisa, "Portugal no coração", na emissão de 22/02/2013, perante um interessante grupo coral popular algarvio, o pivô conseguiu lançar o caos naquilo. O programa já tem um perfil apatetado, incluindo uma rubrica com título castelhano, "Mi casa es tu casa" (daaah...) mas com este rapaz só piora... E ninguém põe mão naquilo, que prefigura o caos em que o próprio País está lançado. Começo a interrogar-me se não há um propósito oculto nesta imagem abandalhada de Portugal. Política no grau zero, povo baralhado, querendo qualquer coisa que o tire deste filme. Nestas ocasiões surgem sempre os "salvadores da pátria" com resultados invariavelmente desastrosos. Não foi assim que Passos passou praticamente de jotinha a 1º ministro?

Note-se que estes apresentadores ganham chorudos honorários e a RTP paga royalties pelo conceito (?) do concurso. Tal como se desmultiplica em centros de produção, delegados, etc.  Com os nossos impostos.  Peanuts... afinal não é o dinheiro deles!

Quanto à ideia de humilhar o público,  já é fixação. Será para confirmar as anedotas brasileiras sobre portugueses? Ou ajudar os detratores do serviço público, como este (des)governo obcecado em entregar a privados, ainda por cima estrangeiros, o património de séculos de um povo...

A INFORMAÇÃO
Salta à vista a fragmentação e o tendenciosismo. 

Fragmentação, porque existem noticiários ora a de Lisboa, ora do Porto, alternados e de peso idêntico na grelha. Acrescem os telejornais da RTP Madeira e Açores, também alternados e diários,  para além de outros programas destas regiões passados na íntegra.

Tenho acompanhando os canais internacionais da Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão, Reino Unido, EUA. Em qualquer deles a informação é centralizada, com padrões de simplificação, ritmo e qualidade. Os canais internacionais DW (Alemanha), TV5 (França) e NTV (Japão) são bons exemplos.

A CAMINHO DUMA BICEFALIA  FEUDAL?

A RTPi retalha o país entre Lisboa e Porto, como se ele fosse bicéfalo - o que na realidade, e duma forma autofágica, já vai acontecendo, se repararem. Não contente com isso, atribui tempos desproporcionados às RTPs Açores e Madeira. Regiões com cerca de 2,4% da população portuguesa, cada uma.

Nem em estados federais se vê este "modelo" de representação. No Brasil e outros países federais ou descentralizados, ou que possuem regiões ditas periféricas, como a França, a Espanha, a Inglaterra, é ao contrário: toda a populações integrada na respetiva soberania, vê  os vários canais nacionais e só depois, exclusivamente a nível local, vê os canais regionais. Que eu veja, em nenhum deles há este autêntico desbragamento a que se assiste na RTPi. Para quem se queixava, e ainda hoje se queixa à meia boca, aliás com grande desfaçatez e despropósito, de "colonização", "centralismo" e outras enormidades, está de parabéns... conseguiu inverter a situação, e pôs o mais antigo país da Europa com as mesmas fronteiras, a pagar a conta (pesada) do seu próprio suicídio.

A RTPi é uma montra do País no mundo. Tal como as embaixadas ou a defesa, cumpre funções que são exclusivas do Estado central. A escolha dos conteúdos tem de basear-se na qualidade, não em quotas de qualquer tipo.

O atual modelo leva a que quem não tem lóbis, como Algarve, Beiras, Trás-os-Montes, Alentejo, Minho, Alto Douro, Estremadura ou Sintra - só este concelho tem mais população que Açores e Madeira juntos - não existam na TV. Enquanto sobra espaço para a irrelevante barraquinha de feira que ardeu no Funchal, ou para entrevistar o arrumador açoreano repreendido (?!) por um GNR, ou chatissimas reportagens sobre fogaças e confrarias culinárias por esse país fora.

NOTA: Adoro o Porto, os Açores e a Madeira, adoro culinária regional, mas por favor acabem com aquelas imagens das capas dos confrades lúgrubes e iguais e acabem também com essas intermináveis descrições palavrosas de coisas que as imagens já mostram!

Em causa, não estão as emissões locais (que, no interesse das próprias regiões. também conviria melhorar), mas a RTP internacional. Se em vez da reação epidérmica daquele apresentador açoreano que falava da sua identidade regional (como se, sem ignorar as especificidades, outras regiões a não tivessem), pensassem no quanto perdem em ritmo e estética com este sistema e em como ele se auto-anula... Não dará para entender que reportagens chatas e incipientes não atraem públicos?

COMO DEVERIA SER...

Recentemente passou na TV5 francesa uma divugação da Madeira que, embora fosse um marketing de produção nacional, tinha sem dúvida qualidade. Custou certamente fortunas em publicidade paga pelo Turismo de Portugal aos franceses, e terá passado uma única vez.

Mas programas como esse ou "Lobo do Mar", da rota Porto Santo-Funchal, documentários ambientais daquilo que é provavelmente o maior cartaz dos Açores - a sua natureza exuberante e multifacetada em tão pouco solo - ou da sempre fantástica Ria Formosa do Algarve, sem precisar de quotas, podem passar repetidas vezes RTPi e de graça, porque são exemplos de um modelo moderno. Beneficiam a imagem do País e de cada uma das regiões individualmente. Nem se vê onde haveria contradição nisso.

Aponte-se entretanto o "Portugal em direto", um noticioso regionalista. Deveria ser (muito) melhorado na sua dinâmica, estilo, bem como na forma de o apresentar (não basta a apresentadora ter ar de boa pessoa, lamento... é preciso algo mais), ter um bom horário e concentrar toda a informação local de forma sintética, equilibrada entre regiões, obedecendo a exclusivos critérios de qualidade e relevância. E talvez fosse bom dar um mini-curso de design de moda à(o)s apresentadora(e)s. A modernidade da imagem num canal de tv começa na imagem de quem apresenta as emissões, para além do próprio cenário, logotipos, separadores, etc..
 .... E COMO É

Para ilustrar pela negativa o que é um navio com vários comandantes cujo desfecho só pode ser o Titanic, o telejornal nacional de 6/02/2013 da RTP Porto realçava o prémio científico internacional atribuído a uma faculdade local (não explicando que a "notícia" já tinha dois meses), sem qualquer referência a faculdades doutras cidades com prémios idênticos. (1)

Posteriomente, o Presidente da RTP reuniu com a Junta metropolitana do Porto a pedido desta e dizem que prometeu a RTP2 ao Porto. Se tal patetice for verdade, só prova que o crime compensa.

A RTP2, mesmo descapitalizada, produz materiais alternativos de interesse cultural, vários deles premiados, sem o ferrete das audiências.

A área metropolitana do Porto já possui o canal Porto, privado mas regional. Teve há anos o canal público NTV, pouco depois privatizado mas sempre regional (ao contrário do seu congénere de Lisboa RTL, logo vendido ao canal privado SIC Notícias, de âmbito nacional). O do Porto faliu, mas foi de imediato absorvido à socapa pela RTP, tática já costumeira dos habilidosos lá do sítio. Hoje, é parte da RTP Porto que engole os prejuízos no sorvedouro público. Mas ninguém fala nisso,  não convém, não é?

Entretanto, Lisboa, a maior cidade (mas que, como não tem lóbi que a defenda, é também a que no País tem maior percentagem de: sem-abrigo, drogados, casos de SIDA, de negligência hospitalar, bairros-de-lata, condomínios-caixote, desempregados (se contassemos com os emigrantes não-declarados), falta de espaços verdes. Lisboa que, como região Vale do Tejo era, até há pouco tempo, apesar do roubo de funções e instituições (2) imposta por lóbis regionais sorrateiramente, a que mais produzia em todos os setores, ela não tem um canal televisivo regional que lhe dê voz. Sintra, vizinha e 2º maior concelho nacional, essa nem uma simples rádio local tem !!

E, TENDÊNCIA RECENTE...

Ultimamente desponta a subserviência ao Governo, particularmente no noticiário principal, das 20 horas, emitido de Lisboa.

A 7/02/2013, duas figuras muito criticadas pela oposição, a ministra da agricultura e o novo secretário da economia, Franquelim Alves (ex-SDN/BPN),  foram brindados com entrevistas em direto. Sem contraditório, puderam expôr livremente a sua versão. E isso, quando o tema era precisamente as suspeitas de eles mesmos terem praticado atos lesivos da lei e da ética.

Outro programa vergonhoso é o Economix, onde dois senhores sob o rótulo de economistas, mais uma jornalista subserviente e mal preparada divagam, com o  fim aparente da defesa dos interesses da alta burguesia portuense e dos chamados "mercados" (é bom ver a crítica aos ideólogos neoliberais, aí embaixo).

A RTP, apesar de pública, não é suposto ser canal de propaganda do Governo e sua base de apoio, ou de lóbis de qualquer tipo, mas representar o País todo, plural e equilibradamente.

Estas vertentes da RTPI constituem uma triste imagem da atualidade: um País confuso, abandalhado, enfeudado e manipulado, seja pelo Governo, seja por lóbis diversos.

NÃO EMBARCO...

Fique claro que não embarco no mini-coro chinfrim orquestrado contra os canais públicos. Qualquer país decente com pretensões democráticas tem canais públicos generalistas.

As televisões privadas são dum pluralismo ilusório. Concessionadas a particulares poderosos, elas privilegiam o lucro que tem por base a publicidade, dependente das audiências. Por isso, além de alienantes por privilegiarem a popularidade fácil, a sua subordinação a interesses minoritários é inevitável.

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(1) Apenas alguns exemplos, entre muitos, de prémios do mesmo género dos citados acima: 
Univ.Minho-http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56395&op=all
Lisboa-http://expresso.sapo.pt/tres-investigadoras-ganham-premio-mulheres-na-ciencia=f779782,
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/ciencia/tecnologia/infertilidade-e-vih-dao-premios-cientificos
Coimbra-http://p3.publico.pt/actualidade/ciencia/2223/jovem-investigadora-de-coimbra-recebe-premio-internacional

(2) IAPMEI, API (Agência para o investimento estrangeiro, mais tarde inserida no ICEP); anote-se que desde 2004 a Região Lisboa e Vale do Tejo,  que apresentava mais de 50% dos projectos, foi proibida (!!) de se candidatar a projetos da AdI (Agência de Inovação), o que resultou passar a região Norte, imediata e largamente, a tomar a dianteira a partir daí.

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B - OUTROS MEDIA

Janeiro de 2012
NOVA FASE DA INVESTIDA ESPECULATIVA
CONTRA A DEMOCRACIA NA EUROPA

-  Itália, Espanha e Hungria,
reféns da especulação financeira

Nota: Texto  a vermelho, abaixo, contém links sobre a matéria realçada

Eis o novo look dos comentadores neoliberais, avençados para fazer a sistemática apologia dos lóbis e cartéis que afundam o país e a democracia. Um tal Camilo Lourenço apresentava há uns meses atrás Espanha como o "bom exemplo" de quem sabia escapar à crise, em contraste com Portugal. E agora, que desculpas vão dar?
Entretanto...
Itália é colocada às ordens de especuladores e banqueiros com a imposição de Monti (membro da Bilderberg e da Trilateral);
Na Grécia, a UE impede o 1º ministro Papandreu de realizar um referendo ;
A Hungria, antes tão elogiada como "dinâmica e liberal", é agora alvo do cerco globalista;
Espanha, agora também  sob ataque das agências de rating, desliza na rampa da insolvência justamente a poucas semanas das eleições (finais de 2011).

Tudo coincidências, claro. Sobretudo, para quem acredita no Pai Natal.

OBJETIVOS: ATERRORIZAR E CHANTAGEAR CADA PAÍS

Uns meses atrás, estes poluidores ideológicos, aproveitando do tempo de antena ilimitado nas TVs  (oh, democracia...!) executavam a agenda dos donos dos media (atacando um Sócrates desbocado e incompetente, peso-morto na estratégia dos novos poderes emergentes na Europa e no mundo). 

Espanha foi, na verdade, um trunfo neste jogo viciado dos media, apresentado como o país que "corta a sério na Despesa", ao contrário do "Portugal descontrolado",  bla bla bla. - tudo conversa fiada ao serviço do efeito dominó (culpabilizar, isolar cada país, abatendo assim as resistências uma a  uma). Outro objetivo é camuflar as causas da crise,  para que não se perceba tratar-se duma réplica refinada da mega-fraude de 2008. Como é visível nos ataques sucessivos ao países da Eurozona, culminando com Itália e Espanha – até há pouco 8ª e 10ª Economias mundiais. 
O que ressalta nestes ideólogos travestidos de "técnicos" é a falta de decoro!
Depois de tanta crise e corrupção mundiais provocados pelo sistema que perfilham, ainda persistem na apologia dos cartéis travestidos de "livre-mercado".
Como se não fosse evidente serem estes os responsáveis pelas crises gravissimas e pela destruição social e ambiental. Em última análise, pelo terrorismo financeiro, como na crise do subprime  (explicada nesse  fantástico documento que é  Inside Job clique aí).
ADAPTANDO AS TÉCNICAS DE MISTIFICAÇÃO
Estes comissários adaptam rapidamente o discurso à nova estratégia dos poderes mundiais. Depois de os "mercados", ao contrário do que propalaram por anos, serem incapazes de se autoregular e só o Estado mostrar capacidade de resgatar as Economias dos recentes desastres financeiros, afivelam à pressa novas "teorias" como a da "baixa produtividade dos países" que até há pouco eles mesmos apresentavam como exemplares - casos da Irlanda e da Hungria.
Nota importante:  quanto mais um país se expõe aos "mercados" mais ele é alvo fácil da especulação teleguiada.
Inversamente veja-se a Polónia - escapou à especulação e manteve um  rápido crescimento. Mas para isso o seu anterior Governo teve de resistir ao abraço  mortífero do FMI e do BCE! O que, aliás, lhe criou pressões tremendas, acabando por ter que abandonar o poder aos "liberais". Especula-se nomeadamente se a morte por "acidente" aéreo do presidente polaco há um ano e meio atrás (cuja investigação ainda  causa baixas), irmão-gémeo do anterior 1º ministro,  não teve a ver com a sua persistente recusa de ceder a soberania da Polónia aos interesses da UE + FMI + globalistas.
Em 2008/2009 EUA, Islândia e Irlanda, apresentados pelos ideólogos-de-serviço até então como "maravilhosas Economias liberais" desregulamentadas, viu-se no que deram. O estrepitoso colapso financeiro que, no caso dos EUA, só não foi mais longe por ser o país emissor da principal moeda de troca mundial e, à conta disso, parasitar o mundo todo. Cada dólar emitido é uma ordem para comprar - à borla - petróleo na Arábia, cocaína na Colômbia, Nokias de imitação na China. Ou, se preferirem, uma ordem de investimento  artificial nos EUA, essencial para abafar o clamor dos novos pobres norte-americanos.
NOVAS GOLPAÇAS DO CARTEL GLOBALISTA
E que jeito não dá! A gravidade da situação dos EUA atingiu um ponto tal que o FED (banco central), há poucos meses, teve de  injetar camufladamente triliões de dólares,  perante o silêncio cúmplice dos "players" mundiais , receosos dum tsunami  económico  subsequente ao colapso dos EUA (só na Europa alguém ousou fazer umas tímidas perguntas; sem resposta até hoje, claro).
Os indícios em tudo isto de novas golpaças são óbvios. Veja-se a inusitada prisão de Strauss-Khan, ex-FMI , apontado como ganhador das eleições francesas, homem de perfil moral dúbio, é certo, mas que sobretudo... sabia demais! Se quiserem investigar a hipótese conspirativa, sem compromisso, eis alguns links:  artigos no New York Times  e na Visão.
DESMONTANDO AS PSEUDO-TEORIAS DOS MANIPULADORES
Nem mesmo o resgate, feito pelo Estado, de bancos e mega-grupos como a General Motors,  incluindo nacionalizações - o que contraria tudo o que estes comissários políticos proclamavam antes - nada disso os faz admitir que azul é azul e  vermelho é vermelho. Simplesmente insistem em trocar as cores da realidade. Agora são obrigados a novas técnicas de manipulação, tais como:
·Reducionismo  - Reduzem as causas da crise à falta de produtividade: "os PIIGS (países mediterrânicos + Irlanda) produzem pouco, é por isso que se endividam"(1)
·Baralhação - Complicam os circuitos teóricos da moeda  e do crédito, de modo a camuflar o papel essencial da pilhagem  feita pelos  especuladores financeiros sob o guarda-chuva da chuva de dólares que sai continuamente das rotativas (autorizadas)
·Omissão - Omitem o papel reprodutivo do investimento através da emissão de moeda e  escondem que as transferências fraudulentas de capital entre países equilibram artificialmente economias falidas – caso dos EUA.
Daltónica, esta gente. Mas sobretudo desonesta, não é?
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(1) Demonstra-se numericamente que não é um problema de produtividade, quando muito de estagnação da produção, bem diferente.  Que resulta da impossibilidade de concorrer com economias altamente protegidas e que fazem dumping social e ambiental, por um lado, e com as economias fraudulentas do dólar e da libra, por outro. 
Isso, enquanto a UE tem uma moeda cara e submetida a regras rígidas, elevadas exigências  sociais e ambientais e fronteiras escancaradas ao 3º Mundo + emergentes.
Não se caia na armadilha dos manipuladores, desviando o foco da fraude e do terrorismo financeiros, causas principais da crise. Isso é o que eles querem com suas pseudo-teorias propaladas até à exaustão, visando nomeadamente a auto-culpabilização de cada país.