29/10/2016

AS CAMPANHAS DEMAGÓGICAS CONTRA OS FUNDOS DE PENSÕES DE REFORMA

A tecla repetitiva da "insustentabilidade da Previdência" e da "injustiça das pensões altas" tem muita água no bico. 

A conversa é sempre do tipo:"O sistema é insustentável pelo número de reformados",  "é uma  injustiça ter reformas muito altas face à crise e ao nível de vida da população", etc. 


Enfim, esta escolha  dos reformados  e seus FUNDOS DE PENSÕES como ALVO ESPECIAL nada tem de casual, e é apenas uma variante entre muitas de discurso populista que os agentes ao serviço das várias máfias financeiras globais usam para encher a cabeça de gente  ignorante da política e da economia,

Vejam-se os links seguintes e a demagogia (e puras mentiras) que eles veiculam:


G1 - GLOBO
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/contas-vao-degringolar-sem-reforma-da-previdencia-preve-secretario.
http://www.cmjornal.pt/economia/detalhe/pensoes-altas-sao-40-da-despesa


Repare-se que quem faz esses ataques curiosamente "ESQUECE-SE" sempre de atacar as grandes fortunas, os grandes magnatas nacionais e sobretudo estrangeiros que, eles sim, são os verdadeiros "donos-disto-tudo", grandes privilegiados cujos rendimentos TÊM PESO EFETIVO NO PIB.


Enquanto as ditas reformas altas - sejam de banqueiros, sejam doutros privilegiados - têm peso de centésimas ou milésimas no orçamento de Estado e no PIB ou seja, sem expressão, e se fossem eliminadas em nada resolviam qualquer problema do País.


Eis aqui o link para um blogue onde há um tratamento sério para a questão:
http://buracosnaestrada.blogspot.com.br/2015/09/pensoes-elevadas.html

MANIPULAÇÃO EXTREMA DA POPULAÇÃO

Estamos mais uma vez perante aquilo que é já uma TRAGÉDIA DOS TEMPOS ATUAIS - a facilidade com que demagogos e vigaristas políticos atiram poeira aos olhos do público, tapando a floresta com o primeiro arbusto que tenham à mão, sabendo que vai cair no goto dum público habituado pelos media ao raciocínio materialista mesquinho, deseducado em matérias económicas e sem o domínio dos números.

A floresta, entenda-se, é o sistema capitalista na sua configuração financeirizada e especulativa atual, os valores monstruosos em juros da dívida pública e nacional, as PPP's (parcerias público-privadas), lucros exorbitantes das grandes empresas como a elétrica EDP, a operadora PT/Altice e outras das telecomunicações, as Águas, os bancos cada vez mais 
judeusespanhóis ou chineses, a GALP, a Repsol, os desequilíbrios das contas externas  - traduzidos no facto da UE ter ganho muitissimo mais com Portugal que o que lhe enviou até hoje - essas contas estão feitas, POR DIA são muitos milhões que saem do País para beneficiar os grandes bancos e os países do centro da UE.

NOTA - Confira as contas: Portugal tem em média nos últimos 15 anos um défice comercial com a UE de cerca de 8.000 milhões de euros/ano, o que dá 22 milhões por dia; considerando que (no melhor período) recebeu 9 milhões / dia em fundos europeus, o prejuízo é no mínimo 13 milhões/dia.

A conversa contra os "reformados ricos" basicamente é "encher chouriços ou linguiça" com milho pequeno e desviar o foco do essencial (citado acima), e é pretexto para o brutal assalto às pensões médias e médias-baixas, fatia maior do apetecível "bolo" dos fundos de pensões.

Ilegalidades absurdas com as quais não nos podemos conformar.


O ASSALTO ÀS PENSÕES JÁ ATRIBUÍDAS POR LEI É CRIME

Até que alguém leve a tribunal nomeadamente os senhores Coelho e Portas e respetivos ministros, não esquecendo o montão de propagandistas pagos nas TV's, rádios e jornais, essenciais para a imbecilização e o engano do público, de forma a poderem perpretar impunemente o assalto dito legal às pensões, rasgando dezenas de leis em vigor por décadas, e a maioria das quais ainda hoje válidas.

Leis como as que definiam o estatuto legal de cada carreira, o sistema de descontos ao longo da vida profissional, a fórmula de cálculo das pensões (pensões que são a contrapartida contratual do que cada trabalhador pagou ao longo de décadas da sua profissão), assim como o próprio processo de passagem à reforma com publicação em Diário da República de cada lista de novos reformados e valor da respectiva pensão, dia exacto do mês e entidade responsável pelo pagamento, etc.

DEZENAS DE LEIS rasgadas em Portugal, e com elas todo o edifício do Estado de Direito de que eram parte integrante, segundo o qual nenhuma nova lei tem efeitos retroativos e os contratos - por maioria de razão quando vertidos em forma de lei - são de cumprimento obrigatório por ambas as partes.

E é preciso também que se entenda de uma vez por todas as razões do FEROZ ATAQUE AOS REFORMADOS como categoria social.


PORQUÊ AS PENSÕES COMO ALVO PRINCIPAL?

O principal motivo é o gigantesco bolo monetário que as máfias financeiras globais já utilizam em muitos países para financiar negócios bilionários, mediante o controle de grandes fundos americanos, ingleses, da UE, etc. (CADA UM DESSES FUNDOS com dimensão do PIB duma Espanha ou duma França, para citar potências económicas médias/grandes).

Além disso, os reformados são um alvo fácil: idosos, debilitados na saúde e sem organizações credíveis de autodefesa.

Toda este bombardeio com a conversa das "reformas altas" e da "insustentabilidade do sistema de previdência" feitos bombo da festa da propaganda neoliberal tem ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE as razões apontadas por detrás. 


Que ninguém se iluda.


SUPLEMENTO AO ARTIGO 
- DESMONTAGEM GRÁFICA DO ARGUMENTO DA INSUSTENTABILIDADE

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