- Ver desenvolvimento no jornal Público.
As principais empresas portuguesas estão a saque, prosseguindo o desastre financeiro em que se têm traduzido as sucessivas privatizações de grupos altamente lucrativos, como PT, GALP, CIMPOR, EDP. etc.
Eis postos a nu os interesses por detrás da guerra na Eurozona, subproduto por sua vez da guerra dos especuladores contra o Euro: afinal trata-se duma luta por controlo, camuflada de "crise" sob o palavreado falso do "país acima das suas possibilidades" - ver local PORTUGAL NÃO É POBRE, neste blogue.
O cenário está montado para que nos resignemos ante a liquidação do País. Todo um património de 900 anos, alienado. Cada empresa, cada subsector, cada bem ou serviço, não contém apenas matérias primas, equipamentos ou trabalho qualificado. Contém a História e os caminhos percorridos por um povo, geração após geração. Culturas que se perdem, e dificilmente se recuperam.
Veja-se o sucedido com a SOREFAME, - grande fábrica da Amadora de carruagens, locomotivas e turbinas para hidroelétricas. Após a sua alienação à Bombardier (sob a promessa de não encerrar), tudo foi simplesmente liquidado. Perderam-se: o know-how dos técnicos, os equipamentos, mas também exportações que hoje poderiam alimentar as obras nos PALOPs, por exemplo, e melhorar a economia do País.
A perda dos centros de operação da TAP e da ANA, que seguramente se seguiria à sua entrega a estrangeiros, significaria dezenas de milhares de empregos qualificados retirados a Portugal, mas também a perda de marcas identitárias nacionais e de tudo que lhes fica a montante (ensino, formação, investigação, fornecedores, redes económicas como os aeroportos alternativos ou subsidiários a Lisboa) e a jusante (prestação de serviços, rotas, representação e imagem).
Entretanto, uma nota: Lisboa não é substituível por qualquer outra cidade portuguesa nestas funções, pela sua localização, dimensão e redes de serviços, como parecem julgar alguns que chafurdam numa visão paroquial, ultramontana e divisionista, particularmente grave na fase atual.
Sem comentários:
Enviar um comentário